Investimentos Bilionários e Obras em Andamento Sinalizam uma Nova Era para as Ferrovias no BrasilP
A ferrovia, um dos modais mais tradicionais e eficientes do mundo, está prestes a retomar o protagonismo entre os meios de transporte no Brasil. O governo federal, por meio da estratégia Novo PAC, planeja investir expressivos R$ 94,2 bilhões no setor até 2026, buscando não apenas contribuições o transporte de mercadorias, mas também alavancar o desenvolvimento industrial no país.
Um dos projetos emblemáticos desse esforço é a Ferrovia de Integração Oeste-Leste (FIOL), com aproximadamente 1.527 quilômetros de extensão, ligando o futuro porto de Ilhéus, na Bahia, a Figueirópolis, no Tocantins. A FIOL já recebeu investimentos significativos, totalizando R$ 1,5 bilhão, e é uma das prioridades para a retomada de obras paradas.
O cenário otimista se reflete nos números de 2023, quando foram assinados 15 novos contratos de autorizações ferroviárias. As obras estão previstas para diversos estados, como Minas Gerais, Tocantins, Mato Grosso, São Paulo, Maranhão, Rio de Janeiro, Mato Grosso do Sul e Paraná, promovendo uma expansão significativa da malha ferroviária brasileira.
O deputado federal Pedro Uczai (PT-SC), ex-presidente da Frente Parlamentar das Ferrovias, destaca a estratégia elétrica como fundamental para o escoamento da produção brasileira. Ele ressalta a importância das ferrovias não apenas para as exportações, mas também para induzir o desenvolvimento industrial no interior do país, que possui dimensões continentais.
Um exemplo bem-sucedido desse impulso é a Transnordestina, que se destaca no cenário nacional. Com R$ 175 milhões alocados no ano passado, a ferrovia atingiu um estágio avançado de 60% de execução. Com uma extensão de mais de 1,2 mil quilômetros, ligando Eliseu Martins (PI) ao Porto de Pecém (CE), a Transnordestina será crucial para o transporte de grãos, fertilizantes, cimento, combustíveis e minerais, impactando positivamente 53 municípios nos estados do Piauí, Ceará e Pernambuco.
O deputado Uczai enfatiza que as ferrovias, por serem um meio de transporte mais barato, seguro e sustentável, têm o poder de induzir o desenvolvimento nas regiões por onde passam. Ele destaca como vantagens, como a redução de custos e a melhoria das rodovias, aliviando os gargalos existentes.
Atualmente, 70% do transporte de cargas no Brasil ocorre por rodovias, mas especialistas acreditam que investimentos adicionais em ferrovias podem transformar a logística do país. O advogado e professor de Direito Constitucional, Antônio Carlos Júnior, destaca a velocidade, o impacto ambiental limitado e os custos menores como vantagens cruciais do transporte ferroviário.
O Brasil, com sua extensão territorial vasta e ampliada, está diante de uma oportunidade única de modernizar sua infraestrutura de transporte e contribuições para o desenvolvimento econômico por meio do ressurgimento das ferrovias. O Novo PAC promete ser a inovação dessa transformação, colocando o país nos trilhos de um futuro logístico mais eficiente e sustentável.