Antes mesmo de completar 30 anos, a nigeriana Ayobami Adebayo havia acumulado uma significativa lista de realizações: foi aluna de Chimamanda Ngozi Adichie e Margaret Atwood, teve seu romance de estreia publicado em uma série de países e citado nas listas de melhores livros de 2017, por veículos como The New York Times e The Guardian. A autora de Fique comigo, lançado no Brasil no ano passado pela Harper Collins, é a  11ª presença confirmada na Flip 2019, que acontece de 10 a 14 de julho, em Paraty.

 “A escrita de Ayobami Adebayo é viva e cativante, o livro é desses que você não consegue largar. É uma história muito comovente e emocionalmente forte sobre relações familiares. Essa narrativa, somada às questões sobre tradição e modernidade, masculino e feminino que aparecem no livro, criam uma grande estreia literária”, afirma Fernanda Diamant, curadora do Programa Principal da 17ª Flip.

 Para o arquiteto Mauro Munhoz, diretor geral e artístico do Programa Principal da Flip, “a literatura africana contemporânea começa a chegar no Brasil para um público mais amplo agora. É da natureza da Flip ajudar a arquitetar essa ponte entre a Nigéria e os leitores brasileiros, como aconteceu com a vinda de Chimamanda Ngozi Adichie, em 2008, que arrebatou a plateia e logo se firmou como uma das mais importantes vozes da atualidade”.

 

ayobami
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A autora e a obra

Ayobami Adebayo nasceu em Lagos, na Nigéria, em 1988. Formou-se em literatura anglófona na Universidade Obafemi Awolowo, em Ifé, cidade onde cresceu. No último ano do curso, participou de um workshop com a escritora e conterrânea Chimamanda Ngozi Adichie. Na Universidade de East Anglia, no Reino Unido, fez mestrado em escrita criativa, ocasião em que teve aulas com Margaret Atwood. Adebayo, que é editora da revista literária nigeriana Saraba desde 2009, acumula uma série de colaborações com veículos internacionais, como The New York TimesBBC e The Guardian.

 

Fique comigo (Harper Collins, 2018), publicado originalmente em 2017, marca a estreia da autora. Ambientado na Nigéria das décadas de 1980 e 1990, época turbulenta de golpes militares, o livro trata do casamento entre os personagens Yejide e Akin. Tecendo reflexões sobre o patriarcalismo na sociedade nigeriana, desvela o dilema causado por conta da impossibilidade do casal de ter filhos e a pressão familiar em introduzir mais uma esposa na relação – no país, a poligamia é socialmente aceita. Pela obra, que consolidou Adebayo como uma importante voz na narrativa feminista nigeriana, a escritora recebeu indicações a prêmios como o Baileys Women’s Prize for Fiction, do qual foi finalista, e o prêmio Dylan Thomas de 2018.

 

Flip 2019

A 17ª edição da Flip acontece de 10 a 14 de julho, em Paraty, e tem o escritor Euclides da Cunha como Autor Homenageado. Estão confirmados os nomes de Walnice Nogueira Galvão, Kristen Roupenian, Kalaf Epalanga, Sheila Heti, Grada Kilomba, Carmen Maria Machado, Karina Sainz Borgo, Ismail Xavier, Ayelet Gundar-Goshen e Marilene Felinto.

 

Quem faz a Flip

A Flip tem o patrocínio do Ministério da Cidadania, através de sua Secretaria Especial de Cultura, a partir do Edital de Feiras Literárias e por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura, além de Patrocínio Oficial do Itaú e Copatrocínio da EDP e da CMPC. A edição 2019 continua em fase de captação de recursos.