Em meio ao vaivém de rumores políticos, o nome do senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG) vem ganhando calor como opção para ocupar a cadeira deixada pelo ministro Luís Roberto Barroso no Supremo Tribunal Federal. Ao comentar tal hipótese, Pacheco adotou tom comedido: demonstrou honra e disposição, sem, no entanto, alimentar especulações ou se posicionar expressamente.

Em discurso cauteloso, o senador afirmou que é lisonjeado pelas manifestações que o associam à vaga, mas ressaltou que assunções precipitadas criam ruídos desnecessários. Segundo ele, a nomeação, se houver, caberá exclusivamente ao presidente da República — e pulsões eleitorais ou amistades políticas não devem interferir no critério técnico que precisa sustentar essa escolha.

Pacheco reconheceu que manifestações públicas ocorrem e que, historicamente, não se recusa quem é cogitado, mas insistiu em separar o terreno das conjecturas do das decisões concretas. Declarou que não pretende estimular debates antecipados e observou que sua última comunicação com o chefe do Executivo tratou de assuntos relativos a seu estado de origem, e não da corte máxima.

É notório que Lula chegou a sugerir ao senador que ele dispute o governo de Minas em 2026 — uma alternativa que, para Pacheco, não está descartada nem definida. Em sua fala, sinalizou que o futuro político dependerá dele mesmo, e não de imposições externas. A indefinição reforça o fato de que o cenário para a vaga no STF ainda está aberto, e que o próprio Pacheco transita entre duas possibilidades com prudência.

Embora evite tomar partido de si próprio, Pacheco fez questão de elogiar concorrentes citados nos bastidores da sucessão: o advogado-geral da União Jorge Messias e o ministro do Tribunal de Contas da União, Bruno Dantas. Suas declarações revelam uma estratégia de construção de consenso e de boa convivência institucional, mesmo em meio a uma disputa que promete ser intensa e central para o equilíbrio dos poderes.

Há sinais de apoio simbólico a Pacheco dentro do jogo de influências — alguns parlamentares de peso e lideranças políticas manifestaram publicamente simpatia por seu nome. Contudo, ele reiterou que não quer contribuir para especulações e que prefere aguardar o momento oportuno para se posicionar com clareza.

Esse cuidado compositivo é condizente com o estilo que sempre marcou sua atuação: prefere operar nos bastidores, evitando declarações explosivas, e cultivando interlocução com diferentes alas do Legislativo e do Judiciário. A eventual indicação para o Supremo, se confirmada, representaria não apenas um triunfo institucional — semearia uma nova face de sua trajetória política.

Enquanto isso, o país observa. A vaga no STF é uma das decisões de poder mais nodais da era atual, e o comportamento de Pacheco, entre o recuo diplomático e o brilho contido, revela que ele entende bem a magnitude do jogo. A definição ficará, inevitavelmente, nas mãos do presidente, mas a “possibilidade honrada” já ingressou no centro do debate público como uma hipótese que não pode ser descartada.